Durante a sua participação no debate, a atual vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, destacou o papel do MP nas ações de combate à tortura policial e no trabalho contra a superlotação nos presídios. “Teríamos inclusive que ter uma presença mais forte nos presídios e, se eleita, me proponho a entrar com tantas ações interventivas quanto forem necessárias”, disse a subprocuradora-geral que também criticou a exploração de riquezas minerais em territórios indígenas, “concedidos com a intenção de garantir a manutenção de modos de vida próprios a estas populações”.
Já a ouvidora-geral do Ministério Público Federal (MPF), Ela Wiecko, destacou a obrigação constitucional do MP de atuar nos casos de superlotação das penitenciária, inclusive pedindo o fechamento daqueles que não ofercem condições de dignas aos presos. “Há uma preocupação do Conselho Superior do MP de que todos os MPs [procuradorias da República nos estados e estaduais] fiscalizem os presídios. Além de determinação de investigações, em vários lugares foram interpostos ações para que as unidades em condições indignas fossem desativadas”, disse.
O subprocurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou que compete ao MP fiscalizar a atividade policial a fim de conter abusos e que há espaço inclusive para que os instâncias federais e estaduais recorram à Justiça a fim de que seja imposto aos governos estaduais a implementação de políticas públicas que resolvam o problema do déficit de vagas nos presídios.
Sandra Cureau, vice-procuradora-geral Eleitoral, destacou como positiva a participação de procuradores em conselhos de acompanhamento das políticas de segurança pública, carcerária e de proteção aos direitos humanos. “Nossa atuação também está ligada ao controle externo da atividade policial. Já em relação às terras indígenas, estamos devidamente legitimados a ingressar com as ações necessárias para fazer cessar a exploração ilegal”, declarou.
Os quatro candidatos também fizeram comentários elogiosos à atuação dos dois últimos procuradores-gerais, Roberto Gurgel e Antonio Fernando Souza, durante o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Segundo eles, não há como, concluído o processo, com a apreciação dos embargos de declaração, não pedir que a sentença seja julgada.
“Cabe ao procurador executar [a sentença] tão logo a decisão transite em julgado”, disse Deborah Duprat, destacando o que classificou como amadurecimento das instituições brasileiras. “Tanto que os dois procuradores-geral que conduziram o caso foram reconduzidos ao cargo”.
“No momento em que transitar em julgado a decisão, só há um caminho: a execução [da pena]”, disse Ela Wiecko, ponderando, contudo, que “questões novas as quais ainda não tive acesso” podem surgir e alterar a atual conjuntura.
Os outros dois candidatos adotaram postura semelhante. “A prisão que decorre do [julgamento do] mensalão é consequência lógica da sentença [judicial]. Julgado os recursos, a decisão será sim cumprida”, declarou Rodrigo Janot. “A consequência da sentença será a prisão dos réus”, completou Sandra Cureau.
Repórter Alex Rodrigues (Agência Brasil)
Edição: Aécio Amado
Fonte: Agência Brasil